Estava nevoando. A pele da moça tão... Sharon K. Rodriguez
Estava nevoando. A pele da moça tão pálida quanto a neve. A luz natural de suas íris azuis platinados refletia no branco da névoa. Seu corpo tão frágil quanto seus sentimentos. O vento que insistia em levar seus cabelos de um lado para o outro, criando uma segunda bagunça em sua cabeça. A bagunça em si - nos seus cabelos, e a bagunça dentro de si. A névoa com seus milímetros pedacinhos caindo do céu em direção ao rosto da moça. Cada passo para àquela garota era como se pudesse conseguir ver uma colina, onde nela possivelmente estaria o retorno de sua inocência. A inocência de sua vida, seu corpo, seus pensamentos, sua forma de pensar. A alvura de seu rosto gélido e purpúreo que imploravam por agasalho. A monotonia daquele local térreo era visível, e o único que lá se ouvia, era os urros do vento e os murmúrios de sua aura suplicando o retorno. O retorno de tudo, do mais divo e divino em sua mente.
A névoa refletia em seus olhos azuis, e no reflexo, ela pôde enxergar o que ninguém mais hoje em dia enxerga: seu caráter.