Abro a janela e vejo a escuridão dar... Wilton Lazarotto
Abro a janela e vejo a escuridão dar lugar ao dia, o canário ecoar seu canto dando boas vindas à vida, ouço o chilreio dos grilhos, coaxar dos sapos e até os pardais pulando por sobre a calçada. Às vezes abro a janela e vejo o céu com nuvens espessas e a brisa da manhã tão gélida quanto a neve roça meu rosto, não que seja ruim, mas a fecho. Às vezes nem vejo nada de especial é ainda tão escuro, mas não deixo de sorrir pra vida surgindo, só espio para ter certeza que está tudo certo, no devido lugar, seguindo o traçado do destino. E quando falo para as pessoas que toda vez olho pela janela uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem na minha janela, mas o que realmente queria era que eles aprendessem a olhar pela janela.