Foi a gota d’água... Apagaram-se... Claudia Perotti
Foi a gota d’água...
Apagaram-se todos os lampadários que mantinham a sua alma acesa.
A imersão apavorante no mar da angústia foi inevitável
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Partida em aflições deixou-se arrastar pálida pelos remoinhos sombrios.
E mais e mais entristecida e chorosa por cada flash pesadelo,
afundava longe e profunda
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Percebeu-se completamente só
tragando o lodo negro de suas dores
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O corpo latejava agudo esquecido inerte indefeso inconstante
Seus gritos se perdiam antes mesmo de serem ouvidos.
Entregou-se enfim
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Hoje,
encontra-se cerrada numa mortalha de pavor
padecendo num abismo perturbador
sem sequer compreender que somente ela mesma
possui a chave que a livrará desse sofrimento
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