Alguns dizem que só se ama uma vez.... Mary Princess

Alguns dizem que só se ama uma vez. Outros que podemos amar várias vezes ao longo da vida, de formas diferentes. Na verdade já nascemos sendo amados, conhecendo o amor mais bonito do mundo que é o amor de mãe. Somos apresentados ao amor paterno, fraterno e crescemos ouvindo falar desse 'amor que faz parar o tempo', o amor das novelas, dos filmes românticos, o amor que muitos de nós não conhecemos dessa forma.

Nos apaixonamos pelo que vemos; enxergando também um pouco de nós, do que gostaríamos de ser. Nos apaixonamos também pela possibilidade de que alguém também esteja se apaixonando por nós. Nos apaixonamos por fragrâncias, olhares, manias. Nos apaixonamos pela saudade, pelo que ela nos diz em silêncio, quando poucos de nós temos forças e vontade para ouvir o que tem a dizer, refletir, praticar. Nos apaixonamos pouco a pouco, até sermos completamente tomados pelo desejo de amar verdadeiramente. Nos apaixonamos pelas canções que são locutoras do oculto, dos sentimentos parcialmente revelados, não negados ou totalmente.

Nos apaixonamos pela aura de mistério que o outro nos transmite, nos convida a explorar o admirável mundo novo, mundo do amor. Nos apaixonamos pela oportunidade de desfazer os nós e tornar tudo claro. Para nós, também. Nos apaixonamos pelos diálogos que podem nunca ser ditos, mas o são em pensamento. Nos apaixonamos pelos sonhos que são nossa realidade noite após noite. Nos apaixonamos pela timidez ou a falta dela.

Nos apaixonamos pela esperança, pelas pequenices que transformam palavras bobas em poesias. Nos apaixonamos pela magia que nos torna crianças diante de quem amamos. Nos apaixonamos pelas cafonices que desprezamos quando nos machucamos. Nos apaixonamos quando mesmo magoados não podemos mais fugir e mais ainda quando nos damos conta de que o fácil realmente não atrai. Nos apaixonamos pelas esquisitices que nos fazem perceber que somos todos tão diferentes e ao mesmo tão próximos de nos entendermos. Nos apaixonamos pela ímpar solidão a qual buscamos abrigo para nossos próprios medos. Nos apaixonamos, inevitavelmente, por nós mesmos também.