Apesar de que eu já não mais consiga... Paul Gambler
Apesar de que eu já não mais consiga vê-la em minha mente tão nítida como em outras noites, seu perfume ainda vaga perdido na brisa, insistindo em habitar minha memória olfativa. Ainda me lembro dos seus olhos, do seu olhar distante e cheio de questionamentos relutantes em saber as respostas pelos quais buscava. Ainda me lembro da sua risada,não, não era uma risada comum, ela tinha vida. Entrava em meus ouvidos e naturalmente me fazia rir junto, quase que me obrigando a fazer ou falar algo engraçado só pra poder ouvi-la rir novamente. Tal como seu sorriso, não me cansava de olhar para aquele sorriso, enquanto seus lábios, suavemente estendiam-se em seu rosto, dando forma a algo que por menos expressão que pareça ter, de certa forma me fazia querer repetir a visão, quantas vezes eu conseguisse. Ainda me lembro de sua voz, dos sussurros ao pé do ouvido que mesmo sem entender algumas vezes o que ali era dito, não me importava, e não pedia a ela que os repetisse, os arrepios já não me permitiam pensar em mais nada. O toque de suas mãos pelo meu corpo eram quase como o vento em um dia de calor, deslizando suavemente, sem rumo.
Ainda me lembro, seus beijos tinham a capacidade de me levar a lugares onde não havia nada além de dois corpos e uma ofegante respiração nem um pouco interessada em retornar ao seu estado natural.
Ainda me lembro do que senti, assim que ela partiu por aquela velha porta, e assim como quando acordamos de um sonho no qual não tínhamos a minima vontade de acordar,voltamos a dormir esperando que o sonho continue do exato ponto no qual ele terminou quando os olhos se abriram...