Tenho me questionado, constantemente, se... Paul Gambler
Tenho me questionado, constantemente, se seria o tempo principal personagem em uma trama onde o final se resume a básicamente libertar-se de um sentimento ou se a maior parte disso provém de uma aceitação de nós mesmos em precisar nos vermos livres de algo que aos poucos, vai se tornando inalcançável aos nossos desejos.
Tenho me questionado se a dificuldade estaria em simplesmente não querer ou em entender que seja necessário.
Chega a ser difícil pensar em desistir de algo que apareceu do nada e que após um longo período evitando qualquer coisa similar a aquilo, era chegado o momento em que evitar já não era mais possível enquanto a vida se encarregava de tornar as coisas mais significativas e emocionantes. Algo único, mas que obviamente, gostaríamos que se repetisse quantas vezes fossem possíveis. Algo que estava ali, que ficou por pouco tempo, mas que estava ali e que não pensamos em nenhum momento que em alguns instantes seria apenas uma lembrança.
Tenho me questionado sobre a necessidade em mudar, em buscar pelas mudanças a cada dia. Em afrontar cada indicio de rotina e reduzir qualquer chance de se perder naquilo que em algum momento será o principal motivo de todas as nossas reclamações. A necessidade em entender todo e qualquer convite que a vida nos faz para viver algo novo, atentar-se a cada um dos sinais, até mesmo nos mais óbvios e irrelevantes ao primeiro olhar.
Tenho me questionado sobre desejar algo que constantemente habita os meus sonhos e pensamentos mas que eu sei estar se esvaindo da minha realidade. Algo que eu queira ter por mais tempo, mas que a mim talvez não mais pertença ou que de certo nunca pertenceu.
Tenho me questionado se realmente as coisas mais óbvias são as menos prováveis de se acontecer e se as experiencias mais interessantes são aquelas que vão ter menos duração.Mesmo com a intensidade que elas aconteçam, a sensação será sempre a de não querermos nunca que elas acabem. Ou que talvez elas acabem mesmo, sendo essa a ordem natural da vida, mas que ao menos elas durem tempo suficiente para que no exato momento em que se forem, o sentimento seja o de felicidade, não tristeza. Felicidade em ter vivido aquilo e ter absorvido tudo que de melhor aquele momento tinha para oferecer e não se sentir triste com a sensação mais certa de que ainda havia algo para acontecer. Que experiências assim possam perdurar entre os segundos e acabarem ,não pelos receios humanos ,mas sim pela eficiência da vida em saber a hora certa de vivermos outras.