É por certo que te fazias de louca... Flávia Cavalcante
É por certo que te fazias de louca todas as vezes que pedia um beijo em seus lábios carnudos e lindos. Sempre inventava uma desculpa. Dizia que não podia porque seu pai não lhe deixava beijar antes do casamento. Ora, eu era apaixonado por tu, Ana. Eu me casaria no primeiro dia que a vi. Mas por algum motivo você me evitava. O que eu tinha? Eu não era feio, mulheres matariam para ficar comigo. Era um pouco, apenas um pouco mais alto que o normal. Mas tinha dinheiro. Porque Ana? Porque me obrigastes a ficar sem ti? Porque não me querias da mesma forma que te queria? Então um dia saindo de casa eu a vi. Você beijava outros lábios. Era uma homenzinho do jornal que nada mais deveria ter que uma caneta e papel. Meus lábios se contraíram e jurei vingança.
Entenda Ana, não foi porque eu quis. Eu te amava e preferia vê-la-te morta a ficar com alguém que não chegava aos seus pés. Então te matei porque aquele jornalistazinho não merecia nem um pouco da sua consideração. Mas me perdoa, eu sei que em outra vida ficaremos juntos porque fomos feitos um para o outro.