Acordei. Percebi quanto humano eu era.... Flávia Cavalcante
Acordei. Percebi quanto humano eu era. Quanto frágil, quanto dissolúvel e esquecível eu era. Ontem? Ontem eu era um Deus, e hoje eu sou mortal. Dormi como um ser imortal e hoje vejo o quanto a vida é pequena diante de tantas vidas. Solidão para mim é como uma rocha. É sólida, é única, é escorregadia quando se coloca em uma praia. Acordei mortal, sozinho, como uma pedra. Acordei mortal como sempre fui e nunca quis acreditar. A gente nasce morrendo, não é o que dizem? Busquei tantas riquezas, tanto dinheiro, tanta glória para mim mesmo que esqueci que um dia vou morrer e tudo aquilo que juntei não vai para o caixão comigo. Um dia as pessoas vão me esquecer. Pessoas que herdarão todo meu dinheiro nem se lembrará que eu quem consegui batalhando. Não sou um deus. Nunca fui, apesar de muitas vezes na vida ter achado que era.
Então morri ao descobri quão mortal eu era. Estou morrendo a cada minuto e a única palavra que vem em minha cabeça é “babaca