Peste Quando eu era menino eu era um... Nilton Mendonça
Peste
Quando eu era menino eu era um garoto bom, todos adoravam brincar comigo, e eu aprontava coisas que todos riam e nos divertiam muito. Eu adorava tomar banho de barreiro; uma espécie de poço enorme cavado numa parte rebaixada do sitio onde morava meu avô em que eu barbarizava.
Eu achava um encanto correr atrás dos patinhos do la da roça e joga-los no barreiro só pra vê-los nadando em volto uns do outro. E colocar as sanguessugas pra me sugarem enquanto todos gritavam amedrontados?. Brincava no matagal com meus tios que tinha mais ou menos minha idade onde fazíamos cavalo de cipó onde galopávamos pela caatinga à fora; lembro-me que numa dessas tiragens de cipó eu ví um enorme pendurado numa arvora muito alta e eu corrí pra puxa quando um dos meus tios gritou pra que tivesse cuidado e quando eum agarrei e puxei era uma cobra daquelas que sobem nas arvores a qual lá chamamos de ``Cobra de copó´´ e ela saío se contorcendo mato a dentro. Gostava de prega peças no povo e muitas vezes pegava sapos e colocavam entre as pessoas, enquanto elas estavam distraídas só pra cair em risadas da cara que elas faziam quando viam aqueles bichos cascudos. Odiava bonecas e brinquedo de casinha, mas me fascinava o convite das minhas tias e primas ainda meninas pra brincar de papai e mamãe só para aprontar com suas panelinhas e outros pertences delas a qual enfureciam-se.
Sim eu era um menino bom. Meu avô como bom e produtivo nordestino que era, casou-se com duas mulheres e teve bastante filhos; uma vez que eu tinha tios da mesma idade que eu e até mais novo. Uma delas adorava quando eu visitava o sítio pois prometia coisas a ela da cidade em que eu morava, onde quase sempre não cumpria. E ela ficava uma fera por ludibria-la sempre. Hoje já maduras e nós todos casados chegamos a relembrar tais feitos e eu como sempre saio como vilão do meu passado como se fosse só eu o protagonista dessa história. Uma coisa aprendi de tudo isso; aprendi que a vida é nada mais nada menos que estas lembranças onde o que conta não é como se deu mas pela felicidade inocente em que vivemos e que hoje é motivo de boas risadas.
A vida nos prega peças e não são poucas as lagrimas que choraremos durante nossa trajetória, mas oque vale é a importância que damos a cada segundo diante um do outro e oque é melhor aprendendo com erros e acertos. O drama da vida tem que ser revertido em risos e achar ali a tal da tão sonhada Felicidade. Que a paz esteja sempre em nossas mentes, ou quem sabe no coração.