O frio dispersa com a chegada do sol, o... Wilton Lazarotto
O frio dispersa com a chegada do sol, o vento se ameniza ao percorrer o vale, a dor se abafa diante do tempo, as lembranças se acomodam no coração, mas nada volta, tudo muda. Mesmo diante do holocausto, diante da mais profunda dor, o amago da paz se ancora sob o seu coração. Aos poucos a paz vai brotando, as tristezas se apaziguando, mas o sentimento mantêm-se ali vivo, intenso, apaixonado e agarrado as lembranças. Como se fechando os olhos o mundo se reconstitui-se, ou mesmo, nos trouxesse apenas a oportunidade de voltar e evitar apenas uma escolha que deu fim a um sonho, mas você compreende que isso não é possível. Começa a aceitar, a compreender a vida frágil que temos aos nossos cuidados, começamos a repensar nossas atitudes, crenças, filosofias, nossas próprias convicções. Deus não tarda, não se antecipa, ele colhe suas flores cultivadas no jardim da vida no momento certo, no momento dele. Resta-nos rezar, acreditar que as estrelas não são singelos pontos vagos do universo, são sorrisos de pessoas incríveis que ancoraram seu novo capítulo da vida eterna nos céus. Que tornaram as nuvens seu ponto de observação, que de lá observam-nos protegendo e zelando por nossos passos... Um sorriso surge em meio as lágrimas, um conforto surge em meio a tristeza, um novo significado da sentido a vida, um caminho nos leva a uma nova compreensão, mas não precisava ser tão doloroso. E, por mais que seja difícil, não esqueça: as borboletas voam mesmo sem um pedaço de sua asa, uma rosa desabrocha mesmo em um copo de água, um coração se refaz mesmo depois do sofrimento, a paz reina depois da guerra e a vida recomeça (injusta) com o próximo amanhecer...