Notícias ruins, bons resultados Esses... Gisele Lemos Kravchychyn
Notícias ruins, bons resultados
Esses dias, num seriado, vi uma frase que me impressionou: “notícias ruins nos fazem sofrer momentaneamente, mas a esperança é paralisante.” Na idéia apresentada, esperança é ruim, notícia ruim é que é bom.
Que inversão, certo? Mas se pararmos para pensar e colocarmos no contexto, até que o personagem tinha razão.
Em nossas vidas existem momentos que temos que deixar coisas para trás. É triste, é sofrido, mas termina. O encerramento de certas histórias é indispensável para criarmos espaços para coisas novas. Sejam elas relacionamentos, empregos, vínculos de qualquer tipo.
A "morte" de uma situação significa uma oportunidade de recomeço.
Mas às vezes, a querida e bem cotada esperança nos mantém enlaçados à pessoas e coisas que já não deviam mais estar ali. É a famosa idéia de tentar sempre, ainda que na infinita só “mais uma vez”... E a má notícia, aquela que anuncia o fim, essa nos liberta.
Nada como um grande acontecimento, um momento marcante, ainda que ruim, para nos dar aquele último empurrão, aquela força para irmos em frente e pararmos de olhar para trás.
É o Big Bang da vida. Explode-se o conhecido, surge o novo!
Só que muitas vezes ficamos tão envolvidos com a idéia de consertar tudo que não temos a coragem de iniciar a explosão. O mundo então nos dá uma forcinha. São as más notícias atuando em nosso favor. Mas sejamos justos, as boas notícias também podem ter essa vocação transformadora.
Uma promoção, uma vitória, uma loteria, o início de um novo ano, enfim, qualquer motivador serve, desde que seja para nos levar para frente.
E entenda-se, aqui não estou falando de desistir. Perceber o fim não é fraqueza. Somente os fortes enfrentam as derrotas de forma proveitosa e criadora. Os fracos se contentam, se acomodam, e seguem no mesmo caminho, insistindo nos mesmos erros, porque mudar dá medo. Escolher outro caminho, repaginar a vida, reorganizar projetos não é desistir. É aprender, é crescer.
Portanto, concordo plenamente. Em muitos casos, a esperança é ruim, amarra-nos. E a má notícia, essa nos liberta.