Desiludida com as próprias promessas eu... Julia Caliman
Desiludida com as próprias promessas eu vejo as mesmas marcas nas voltas.
Os erros não nos abandonam com o ignorar.
E se repetem, e aumentam.
Crescem para serem notados, refletidos, solucionados.
E porque não são?
O medo da dor suga as possibilidades.
Esse falso tempo de alguém que tem muito tempo me aprisiona.
Olho para o tempo perdido e vejo rabiscos que desenharam quem sou.
Oh... Sim! Eu poderia ter prestado atenção nas linhas.
Mas as distrações são tantas que nas primeiras horas do dia esqueço de me perguntar novamente: Por que mesmo disso?
E acabo adormecendo, deixando para o outro dia, um outro tempo.
Como quem não soubesse que esse tempo não existe.
Que é o mesmo de ontem e da semana passada;
Que estou presa em minha sala de angústias e não faço nada além de desviar o olhar.
A sala é pequena para tanto lixo a ser reciclado.
O medo de fixar os olhos alimentam meus monstros.
Sei disso quando a inércia é constante,
Quando o movimento vem depois da força,
Quando a força vem depois do impulso,
E quando o impulso custa a vir.
Não basta apenas aprender com os erros se não aceitar se transformar por eles.
E se não, que mal faz, eles não pedem licença.