Enchendo os olhos com as imagens... Rômulo Romanha
Enchendo os olhos com as imagens encontradas
A cada movimento a visão é transformada
A sombra de suas bailarinas com adornos prateados
Em forma de uma medusa sob os lampadários.
A arquitetura que vem p'ra roubar nossa visão
Os signos em eterno estado de transformação.
A cidade se consome em sua própria construção
Só podemos transitar em estado de contemplação
Sua arquitetura desmonta a linearidade
A exuberância reconstrói a sua simplicidade
As miragens nos enganam enquanto andamos no deserto
Os imensos edifícios que nos afastam do que é perto
Ela está parada mas em eterno estado de mutação
Os transeuntes que figuram essa procissão
Explorando suas carnes em busca do pão
Sofreando seus desejos por medo da punição
Somente olhando para cima observamos o sol
Só olhando para a luta que encontramos um farol
A morte das suas casas já anunciam um final
Tudo observado por uma visão multilateral
Tentando compreende-la não me compreendo
Tentando controla-la não me contenho
Sua existência continua em suas particularidades
E os olhos sempre seguirão em busca dos olhares...
As cidades brincando com os olhos...
Os olhos brincando com as cidades...
O olhar transformando o cotidiano...
E a visão transformando a realidade...