Soneto - A procura Procuro olhos que me... Francisco Filho
Soneto - A procura
Procuro olhos que me proporcionam desafios.
Olhos que penetram na minh'alma e abrem
A caixa dos meus segredos e me apavorem
Os sonhos e se desfaçam como se fosse fios.
Procuro pessoas curiosas que saibam esperar
As respostas que procuram. E que não sabem
Desistir de seus sonhos mesmo que coíbem
Deles por um pouco sabendo que irão perdurar.
Procuro loucos que usem seus pensamentos.
Pois os "normais" não entendem o que digo
E não leem nas entrelinhas fazendo-se lentos
Procuro um amigo, não tão amigo, um inimigo
Que saiba olhar-me e distinguir-me dos ventos
Que sopram como um furacão. Não há abrigo.
(De: Fran Filho)