Eu mergulhei no profundo do nada. Tentei... Rodrigo Borges Miguel
Eu mergulhei no profundo do nada.
Tentei extrair a essência do que nunca existiu;
Foi só uma ilusão a mão que me afagava
E o rosto pálido que nunca me sorriu.
Sigo remoendo o desejo de não querer sentir.
Não sou capaz de transmitir a mensagem que grita em meu coração.
Canso, desespero-me e quero ardorosamente dormir
E ter um sono tranquilo, como o daqueles que se vão.
Então eu choro, e contemplo a luz da vela se apagar.
No deserto escuro do meu pesar, raiou uma luz, uma lembrança
Que começou a latejar, a soar e a ecoar;
Com uma voz meiga e delicada de criança,
Lembrança da minha infância, dizendo: - Esperança... Esperança...