Numa madrugada sem amanhecer visitei seu... Júlio Raizer
Numa madrugada sem amanhecer visitei seu sonho. Sorrateiro aguardei seu adormecer para possuir cada parte da sua imaginação. Não esperei pelo convite, pois sonhos normalmente são invadidos, é assim que se tornam tão curiosos e intensos. Sob a proteção da noite pude ler seu corpo e revivê-lo a cada lembrança que enobrecia ainda mais seus detalhes. Nesse conjunto de formas, cheiros e gostos eu a construo todos os dias. Na distância dos nossos corpos eu constato a proximidade das nossas sensações. Roubo da sua boca o desejo de um beijo meu, e permaneço entre seus lábios das formas mais absurdas e incandescentes. Sequestro seu fôlego e faço refém a sua vontade.