NÃO DEIXE JAMAIS DE FALAR O QUE PENSA... Marcelo Martins

NÃO DEIXE JAMAIS DE FALAR O QUE PENSA

É muito cômodo e tranquilo ficar em silêncio e sem atitudes diante de algumas situações que nos deparamos em casa e em nosso trabalho no dia a dia.
Algumas destas situações ficarem em silêncio na hora é o melhor caminho para não irritar ou aborrecer alguém – seja um superior, um filho, um amigo - que deveria ser confrontado, avisado, admoestado, aconselhado, dependendo do que esta acontecendo naquele momento.

Tenho desejo de expor algumas realidades sobre estas situações que muitos de nós vivemos, seja em casa ou no trabalho.
Quando ou a partir de que momento vamos começar a perceber que muitas das vezes que ficamos quietos e não dizemos nossas opiniões diante de algum fato ou situação estamos fugindo dos padrões que propusemos a nós mesmos, de sempre dar nossa opinião ou ter um julgamento sobre tudo que acontece a nossa volta? Se analisarmos com calma veremos que Isso é bem interessante e também desconcertante.

O que vamos fazer quando descobrirmos, que as pessoas que convivemos , seja em nossa casa ou em nosso ambiente de trabalho são pessoas totalmente desprovidas de solidariedade, de amor para com você e com os outros?
Que não se importam nem um pouco com seus esforços cotidianos e até sobre-humanos para produzir e trabalhar com eficiência em seu lugar de trabalho, e em casa trazer as contas em dia, a comida na mesa, ou seja, um lar em ordem.
Que não se importam se você está com problemas de saúde, e até acham que você é uma máquina de trabalhar, que não pode falhar em seus afazeres e nem errar.

Acredito que esta maneira de pensar de algumas pessoas é mais frequente e normal do que pensamos.
Muitas pessoas criticam e reclamam de tudo e de todos que estão ao seu lado, são intransigentes, orgulhosas, convencidas, e muitas das vezes arrogantes, donas de verdade (a delas naturalmente), não importando se estão certas ou não. O que falam é o correto e todos têm de dizer amém e ponto final.
Estas ditas pessoas, estão por todas as partes, seja em nossa própria casa e em nosso trabalho.
Todos sabem que em toda sociedade humana há alguns princípios que norteiam nossa vida, entre eles esta o princípio da autoridade.
Uma autoridade, seja familiar, política ou religiosa, deve ser respeitada, mas somente enquanto atua legitimamente dentro dos limites do respeito e da ética estabelecida.
Tanto em nosso ambiente familiar quanto em nosso trabalho sofremos muitas vezes com esta situação disposta acima.
Em determinadas situações nos calamos e para não provocar mais problemas ficamos quietos e não expressamos nossa opinião a respeito do que esta havendo.
O principal é sempre pensar e dizer o que realmente achamos. É um erro se calar seja por que motivo seja.
Muitas vezes por desconhecimento de nossos direitos, pela verdade, e por medo sentimos pressionados a não expressar o que realmente pensamos. Quando é justo e verdadeiro o motivo de falar, por que se calar?
Embora muitas vezes este simples ato de falar e expressar o que acha se torna muito difícil e complicado.
Poucos são as pessoas que desejam escutar certas coisas, ainda mais quando contraria a opinião delas.
Mas ai estamos diante de uma questão:
Será que se DEIXARMOS ou não nos permitir falar e nos expressar, EVITAR aborrecê-los com nossas palavras não estamos passando o (mau) exemplo da OMISSÃO?
Penso, se muitas vezes mesmo falando, importunando, aborrecendo, corrigindo, já é difícil notar algum fruto, que dirá se nada dissermos?
Concluindo, quando acontece isso, acho o mais correto é não deixar de se expressar, falar, defender aquilo que achamos e pensamos.
Portanto quando passarmos por isto, seja, em casa ou em nosso trabalho devemos não nos furtar de repreendemos com veemência e autoridade as más ações de nossos filhos, nossos colegas de trabalho, e até nossos superiores.
Se estiver convicto e tiver a consciência que sua opinião é embasada em uma verdade, sempre fale e expresse seu ponto de vista.
Não seja omisso, não deixe nunca de ter a sua própria opinião, porque uma coisa é verdadeira.
Se você silencia e aceita, você automaticamente se torna conivente com a situação proposta por outra pessoa.

E foi pela omissão de Isaque e de Eli que os filhos vieram a ser bem menos do que poderiam ser. Eles não foram confrontados. Eles não foram repreendidos com aspereza. E deu no que deu.

Não é fácil, muito pelo contrário, é muito difícil ser franco, honesto, falar a verdade em situações que se apresentam em nosso dia a dia. Mas também sei, que muitos de nós iremos ficar com a consciência triste pela vida toda, quando se lembrar desta situação vivida, porque preferiram ficar em silêncio quando deviam ter expressado a opinião.
Em nossas casas se nossos filhos não são solidários, vamos admoestá-los, importuná-los, vamos corrigi-los.
Se eles faltam com a educação em seus afazeres e seus hábitos, por exemplo:
Suja a casa toda, falta organização, falta respeito para com os pais, reclame, confronte, repreenda!
Se ele ou ela não sabe usar as finanças que tem, aconselhe, avise. Se eles gostam de andar em más companhias, sair e chegar a hora que quiserem, fale reclame, mostre seu aborrecimento.
Omitir e aceitar estes e outros tipos de atitudes erradas é estar sendo conivente com o próprio caminho errado que eles virão a tomar em seu futuro.
Em seu lugar de trabalho, não aceite e nem compactue com pessoas que querem lhe impor alguma coisa que não seja boa.
Não se submeta a opinião de quem quer que seja. A um limite mesmo sendo seu superior.
Não se furte de dizer suas opiniões, mesmo que seja contra a maioria, (quem disse que a maioria esta certa sempre).
Tenha consciência de seus direitos enquanto profissional. Saiba o que pode e o que não pode fazer dentro de suas funções. E se sentir pressionado ou intimidado por uma situação errada no seu ponto de vista, fale, reclame, acione seus direitos nem que for na justiça.

Não deixe jamais de falar o que pensa, não fuja, não se omita. Não se torne pequeno diante do tamanho deles.
Porque se assim agir, quando estiver sozinho consigo mesmo e com Deus, vai poder dizer: Senhor, obrigado, porque mesmo depois de tudo que passei, preservo a minha verdade e minha honestidade e não fiz parte de uma coisa errada. Não compactuei e nem deixei de me expressar mesmo correndo o risco de estar errado.