Ela o amava muito, sentia o que qualquer... Amanda Voguelle
Ela o amava muito, sentia o que qualquer coração com um pouco de sanidade se seguraria pra não sentir. Sempre achou estar na época errada, sempre achou não combinar com todo o resto... Até que o viu. Não diz que ele a completou, melhor que isso, diz que por ele se tornou alguém muito melhor, mais do que duas metades juntas, duas pessoas completas. Dormia e acordava na vontade de beija-lo, de ouvir o seu bom dia até nos dias mais sem humor. No frio ela grudava seu pé gelado entre as canelas sempre quentes dele, ele retrucava, mas nunca ousou deixar de esquenta-la. Eles brigaram muito, descobriram um com o outro como é o amor verdadeiro, nada racional, nem passivo. Descobriram que aquelas brigas, deixou o sentimento maior em menos de um segundo, a cada segundo. Aprenderam que nome de filho muda, conforme muda o humor. Hora Gertrudes, quando feliz, Manuela. Na hora da raiva os nomes mais incomuns a eles surgiam. Poucas vezes expuseram aquele sentimento... corrigindo: ele poucas vezes expôs. Ela pouco segura, jurava amor aos quatro ventos, até descobrir como era bom ter aquele sentimento oculto, aquele sentimento consumado de pseudônimos, de segredos e apelidos que só se eram ditos em meio a solidão, aquela doce solidão formada por duas pessoas. Era lindo... é lindo. E vai durar pra sempre. É o que ela sempre diz...