Minha Primeira Sinfonia - Parecia que... Patricia Ulmann

Minha Primeira Sinfonia - Parecia que era assim


Como assim?

Parecia que o tal sentimento despertado iria dançar.

Parecia que os anos passados iriam complementar. Já que não eram mais metades.

Parecia que o instintivo era os inteiros mesclar.

Parecia que um novo sentido nunca descrito iria jorrar no encontro do olhar.

Parecia que os olhares iriam inovar a forma de saborear.

Parecia que tudo aquilo tantas vezes escrito iria encurtar. Como dividir o mesmo “ventre”.

Parecia que senti intensamente um tremer delicado ao abraçar. Como o primeiro toque.

Parecia que embaralhou os desejos e só fazia travar. Ou não parar de falar.

Parecia que percebia o suor multiplicando em cada olhar que despertava.

Como uma delicada mensagem subliminar.

Parecia que estava pronta para enfrentar e desfrutar. Ousar e voltar a brincar.

Parecia que toda força guerreira acumulada por tantos anos já vividos iria aflorar.

Parecia que a leoa iria rugir confrontar com movimentos ágeis e músculos fortes até encantar.

Parecia que o cheiro ali encontrado era a essência de algo que nunca havia conseguido achar.

Parecia que o único desejo era só vontade de encostar. Nada mais. Sem cobrar.

Parecia que a vedete não sabia mais dançar. Parecia que o espectador não queria gostar.

Parecia que passos largos chegaram para dispersar.

Parecia que queria o infinito e não consegui demonstrar.

Parecia ouvir uma bela melodia que por ausência de letra não consegui cantar.

Parecia pura emoção ou somente bem-estar. Como um vento que acaba como um suspiro.

Inexperiência era mais divertida. Com o tempo viciamos em testar, analisar, cuidar, pensar e escapar.

Multiplicar a conquista individual e não achar metades.

E o como assim ficou assim. Sem para cá nem para lá... Outra hora voltará.