Solidão, bom dia Bom dia, minha querida... Rodolfo Boechat "Shinoda"
Solidão, bom dia
Bom dia, minha querida esposa
Como estás nessa madrugada?
Você ainda está acordada?
Vim lhe trazer essa sangrenta rosa
Queria dizer que não senti a sua falta
Mas me acostumei com o seu silêncio
me derretendo por dentro como um incêndio
que destrói toda minha intenção peralta
Solidão, minha velha companheira velha
Por tantos anos estamos juntos nessa vida
Suas tristes palavras ficam em minha janela
E eu não sei que o fazer logo em seguida
Você nunca foi um de meus desejos
você jamais foi querida ao meu lado
Mas você insistiu como um de meus bocejos...
Conseguiu sem querer ser o meu fado
Hoje te sinto mais próxima do que antes
Mais próxima apesar da multidão que me rodeia
recheada de seres vivos, alegres e errantes
Já não vejo saída depois que entendi a sua teia...