Já tentei, muita vezes, ser... Edson Pereira Portela Neto -...

Já tentei, muita vezes, ser super-homem, inabalável e inatingível, mas percebi que existem algumas kriptonitas espalhadas pelo caminho, de fato, elas te fazem se sentir “humano”. Já tentei ajudar diversas pessoas em vários momentos, fiz isso por prazer e porque não dizer vocação, mas sempre tentei não esperar nada em troca. Fácil? Tudo depende da perspectiva. Afinal, nem toda ação tem uma reação imediata. Tal retorno pode contrariar ferrenhamente a lei da física e partir, ainda que inconscientemente, de outro corpo que não aquele que recebeu dita ação. Eis a “lei da vida”. Busquei a felicidade em pessoas, coisas, momentos e situações consideradas ideais, mas percebi que felicidade não se busca, se reconhece, pois cada vez que se projeta a felicidade para uma meta ou conquista, ela passa a estar “lá” e não “aqui”. Percebi, ainda que em um devaneio lunático e idealista, que o verdadeiro poder que move o mundo não é o dinheiro, nem o poder proveniente de algum cargo ou posição, mas sim a amizade. Por falar em amizade, percebi que Vinícius de Morais tinha razão, amigos são pilares de sustentação em nossas vidas, sem eles desmoronaríamos. Percebi que ter fé não é estar constantemente na igreja, ou rezando, ou falando de Deus, é ter certeza plena de que seja em um momento bom ou ruim, Ele está ali. Por um simples motivo, Ele sempre vai estar ali quando você precisar. Fé é atitude, não palavra, assim como o amor. Percebi que mais importante que saber falar ou saber o que falar, é saber o que querem ouvir. Por falar nisso, inevitavelmente percebi que temos duas orelhas e uma boca não por acaso, mas para ouvir mais e, às vezes, falar menos, mas nunca perder a voz nos momentos oportunos. As pessoas querem ser ouvidas! Percebi que não importa o quanto você acha que está se esforçando no trabalho, seu chefe não vai perceber isso com a mesma rapidez que você idealiza. Quando ele realmente perceber, poderá ser muito tarde e você estará partindo para uma nova oportunidade. Percebi que mais vale a pena acordar arrependido que dormir com vontade. Percebi que, em um relacionamento, o amor que deve sempre estar presente é o amor-próprio, ainda que algumas vezes, irracionalmente abra caminho para o amor à terceiros. Percebi que os sonhos são as sementes dos grandes homens, a matéria-prima para a realização de feitos grandiosos, a linha de chegada mais prazerosa, o que nos faz perder o chão sem cair, o que nos faz viajar sem sair, o que nos move adiante ainda que sem impulso, o que enche os olhos de lágrimas e o coração de alegria só pelo fato de apenas existir a possibilidade de, um dia, se tornarem reais. Percebi que os sonhos podem sim, se tornar reais. Percebi que a melhor forma de se ajudar é ajudar ao próximo, pois o retorno, apesar de temporariamente incerto, é garantido. Percebi que os economistas e financistas contemporâneos estão todos errados, pois o maior lucro, ou melhor, o melhor lucro real é obtido simplesmente ao se cultivar pessoas e não o dinheiro. Percebi que, como diria Bob Marley, vale mais a pena viver para que sua ausência seja sentida do que para que sua presença seja notada. Percebi que alguns amores são passageiros, mas nem por isso são menos importantes, pois possibilitam situações que irão se eternizar. Percebi que segundo Steve Jobs, aqueles que são loucos o suficiente para achar que podem mudar o mundo são os que realmente mudam! Percebi que estou aqui para isso, mudar o mundo! E, finalmente, após tanta percepção, descobri que o que realmente importa na vida, durante ou ao final dela, é fechar os olhos e pensar em tudo de bom que aconteceu, na família, nos amigos, nos amores, nas viagens, nos momentos felizes, nos problemas superados, nas oportunidades aproveitadas, e se dar conta de que tudo aconteceu por um motivo, que sua missão foi cumprida e que como valeu a pena ter vivido.