Ás vezes gaguejo. Sem entender o... Luiz Fernando Mendes
Ás vezes gaguejo. Sem entender o porque, as palavras se desfazem enquanto falo, do que impressão real que me transmite é que meu espírito quer falar mais rápido que meu corpo, que minha alma quer explodir em espasmos verbais. Ou não, converso horas sem ao menos trupidar uma letra. Ao falar sozinho e cantar, nada disso me acomete. Quando estou com quem confio ou só comigo mesmo e mais ninguém, não há grilhões que me prendam ao me expressar. Talvez só uma curta cicatriz de algo que não pude entender no meu passado tão justo nessa minha caminhada tão longa. O que fala quer ser ouvido, o que escreve, lido. O que canta, imprime em sons pra ser entendido. Os cegos imaginam um mundo quase utópico,
tão melhor do que o real. O poeta canta o que não vive, e o que escreve só desvaira em simples deslizes