Prazo de validade A corrupção não... Pablo Gabriel Ribeiro...
Prazo de validade
A corrupção não começa no planalto como todos pensam, ela inicia quando furamos as filas, quando tiramos vantagem em determinadas situações, em um troco errado, em uma agressão verbal ou física, os políticos são apenas o resultado final do que é o povo brasileiro.
A honestidade no Brasil tem prazo de validade, tem hora, tem momento e lugar para acabar, tudo que se precisa é o argumento certo, somos todos corruptos em um país de honestos, esperando o momento de julgar e a hora exata para se inocentar. E se não estiver em nosso raio de impacto, ignoramos, fingimos não ver, preferimos protelar ao se envolver.
Em uma sociedade que considera normal fugir de bandido, morrer em corredores de hospital, se sentir o rei no transito, corrupção é apenas um tempero tipicamente brasileiro na feijoada de janeiro a janeiro. Somos feitos de palhaços, e assim o gostamos de ser, programas ridículos na televisão, agressões aos nossos ouvidos nas rádios, e a verdade escondida, coagida em meio a tanta falsidade, falsa ideologia vendida em potes coloridos, para ser consumido quando achamos que devemos ter consciência do que acontece ao nosso redor.
E assim as capas de revistas apenas estampam nossa ignorância, nossa extrema preguiça de se informar, é difícil mudar, é difícil se adaptar, mas antes sofrer e fazer acontecer, do que deixar ao tempo e morrer. A conclusão que se chega é que o brasileiro não faz por merecer, pois isso tudo é tão normal, tudo é tão banal que impostos são apenas mais alguma coisa para assunto de filas, de mercados, de bancos e hospital.
Inversão de valores e valores perdidos, partidos ao meio, como a maioria de nossos lares, palavras jogadas como folhas ao vento, que se espalham e sujam, a calçada e quem sabe nossas memórias. Somos em nossa essência o mais primitivo dos animais, somos em nossas atitudes e pensamentos o mais ignorante deles, e não vamos pensar que logo tudo irá mudar, porque somos individualistas e simplesmente o futuro dessa forma, não há menor possibilidade de acontecer. Mas se tudo der certo o “jeitinho brasileiro” vai prevalecer.