E aí, sem que eu me desse conta, você... Carolline Vieira
E aí, sem que eu me desse conta, você chegou. Chegou e me bagunçou inteira, sem que eu sequer notasse. Sem precisar fazer absolutamente nada. Durante um tempo fiquei me perguntando o que estava acontecendo, mas sempre ficava sem resposta. O fato de estar ali já me quebrava. E esteve o tempo todo, só eu não percebi. Alguns notaram, eu não. Ou talvez não quisesse enxergar, porque no fundo queria estar errada. E estava. Errei quando quis fechar os olhos pro que, longe de ser um problema, se tornaria a solução. Acho que tenho sorte, tinha tudo pra dar errado, mas foi do jeito certo. Fico feliz de saber que posso compartilhar meus sorrisos e angústias com alguém, sem cobranças, sem títulos, por vontade própria e puro prazer. Sem essa de tempo, de rótulo, de pensar no que vão pensar. É bom poder me abrir com uma pessoa, conversar sobre qualquer tipo de assunto sem medo de um tom de reprovação. Sem medo de magoar, de falar alguma besteira. É bom conseguir ser eu mesma, e você me ajudou a me encontrar. Agradeço. Descobri que eu não era a chata que não sabe se divertir como alguns pensavam, descobri que a diferença está nas companhias, no que se faz. Descobri que não existe tempo pra se conquistar uma confiança, que são as nossas atitudes que respondem por ela e nos mostram em quem devemos confiar de verdade. E se tem uma coisa que eu aprendi ao longo desse pouco e bom tempo, é que tudo acontece por uma razão. E agora posso falar o que tanto ouvia há poucos dias, e nunca ousei tentar... Era óbvio.