Brindando com fantasmas Com fantasmas eu... Yrto Mourão
Brindando com fantasmas
Com fantasmas eu faço um brinde
Aos meus carmas, no banco dos réus
Aos pássaros raros que caminham
Suas asas caindo dos céus
Consegui alcançar as estrelas
E em minhas mãos apaguei fartos brilhos
Neste breu, sob a chuva das almas
Choro seco ao descer os meus cílios
Quanto aos pássaros, vultos de sonhos
Ainda cantam subindo nas árvores
Mas seu canto não quebra o feitiço
Entalhado nos frigidos mármores
Por vocês, meus fantasmas de hoje
Que por ontem assombram o amanhã
Cato as penas das asas caídas
Numa cela de esperanças vãs