Até o céu eu posso tocar Deixando de... Pâmella Ferracini
Até o céu eu posso tocar
Deixando de lado tudo que me sufoca, tudo que me muda, tudo que eu tinha, e que o tempo me tirou. Parando de briga com a vida, deixando as mãos sem figa, abrindo mais os braços, e sentindo o vento tocar meus dedos. Guardando tudo em uma caixa, no fundo de uma gaveta, onde o tempo fica guardado, na escrita de algumas linhas. Que o sol venha e me toque, que a chuva me molhe, que a lua me embale, que as estrelas me encantem. Hoje, sou mais viva, mais livre, mais na minha.
Que seu nome não saia do meu coração, mas que não invade minha mente, nem me atormente, nem de dia, nem quando vou me deitar. Mais que seja forte e sincero, o teu carinho, tuas palavras, que veja alegrias em forma de gargalhadas. Que tenha amizade, e quem sabe um pouco mais. Não estou com pressa, os anos passaram, o tempo me mudou, me transformou, e me ajudou.
Ainda que eu negue, meus olhos me entregam, minha voz treme, minhas mãos transpiram, meu coração acelera. Até o céu eu posso tocar, só de lembrar, o quanto mágico era quando sabia amar. Hoje, olhando o “passado” vejo que a vida soube brincar, brincou comigo, e me ensinou a me poupar de sofrer e chorar. Sou forte, sou capaz de amar, sem ter que entregar o pouco do coração que ainda sobrou.
Que bate forte, cheio de sonhos, mas que bate seguindo meus instintos, e quando piso no chão firme. Olho em frente, sem perder a direção, guardo no coração pequenas ilusões, que aos poucos nem me distraem mais. Sou pássaro agora, sou um misto de ternura em forma de menina mulher.