Escrevo nessa tarde cinzenta, onde os... Danilo Martins
Escrevo nessa tarde cinzenta,
onde os moinhos já não são mais uivantes,
as cadeiras já estão trêmulas,
pois tu não senta mais nelas.
Os carinhos de outras mãos são feitos com outra receita,
nada igual a sua,
igual ao seus beijos,
doces como uma noite de amor,
em que despejavamos todas as gotas de amor que tinhamos um pelo outro.
Aquela velha guitarra está jogada aos cantos do quarto,
a aliança jogada dentro de uma carteira escura igual ao medo que tenho de ver-te com outro,
e os presentes que tu me deras hoje são intocáveis,
são como as lágrimas que caem e permanecem ali no chão,
até quando tu voltar e secá-las e abrir um novo sorriso em meu rosto,
e caminhar comigo até algum vale encantado,
aonde eu esteja seguro e junto com você.