...Você entrou em minha casa, devastou... Tassello Brelaz

...Você entrou em minha casa, devastou a minha vida e foi embora. Mas agistes assim porque permiti que agisse de tal modo, do contrário, não podia ser diferente. Perdi a minha casa e perdendo-a perdi minha segurança, perdi meu conforto e assim, perdi também a minha paz. Foi como um tornado que passa e não vai embora sem deixar lembranças que marcam a sua existência. No entanto, ficaram os destroços, ficaram as lagrimas e o desespero de alguém que tivera tudo e ao olhar ao seu redor, percebe-se sem nada... Mas, de repente você me surpreende, me mostra quem eu sou e quem você é. Você nos fez perceber que somos diferentes e que eu existia antes de você e, de igual modo você também existia. Logo, nossa existência é distinta, mas é possível. E que não há motivos para guardar lembranças ou mágoas. De modo surpreendente, pela última vez me fizeste um pedido e desapareceu da minha vida. Eis o seu pedido: “Se desfaz desse lugar, vai embora daqui. Se esse lugar deixar de existir para você, as lembranças que você tem sobre ele e as pessoas que aqui viveram aos poucos também desaparecerão. Assim acontece com as pessoas. Elas chegam como quem não quer nada de nós, nos marcam, nos fazem bem, e podem também nos fazer mal. Mas se chegam a ir embora, levam a sua existência. E as lembranças, por mais que estas fiquem por algum tempo, não são capazes de trazer as pessoas ou as experiências vivenciadas de volta. Então, estas também vão embora, elas acabam”.