Está tudo sendo arrastado, o balanço... Philipe Cabral
Está tudo sendo arrastado, o balanço do vento agita minh’alma. É quando o vento gela o meu braço e atormenta meu estado. Fecho os olhos mudo de rota, corro pra fora, pulo mais alto.
São outros caminhos, outras sensações. A noite briga com o dia: “Me dê licença, eu quero ascender.” Que os faróis que tentam me segar possam, na frente, iluminar os meus caminhos. Que cada vibração, cada balanço, cada energia sejam prova de que o amor é incrível, que ele é indescritível e muito mais que sonhamos sentir. O reflexo da tela se pôs ao meu lado. Por que chegou? Por onde passou? Ponto preto, ponto rosa. O barulho dos caminhões e cilindros pneumáticos acompanham a descida. Apito. Ta na hora de descer, ta na hora de voltar. Volto pra terra com um único objetivo: ser feliz e com nada me importar. O que eu mais quero passou longe do que agora estou sentindo. Agito, buzinas, aceleração, freios, sinais. Pra onde estamos indo agora? Estamols subindo? Não! Estamos descendendo? Não! Pra onde iremos? Aonde estaremos? As luzes se acenderam, os freios foram ativados, um balanço tomou conta, e então, a calma, logo ali o agito. Emoção, sensação, vibração. Olho as luzes lá de fora e adentro em meu mundo. Lá é tudo muito aceso e o amor é grande e profundo. Outra paz, logo ali o agito. Motores começam a funcionar. De novo estamos a passear. Um quebra-cabeça impossível de viver com suas peças desajeitadas. Olha aquilo! O que será? Deve ser um anjo, que veio nos impressionar. Será que é miragem? Será pura fantasia? O que é eu não sei, mas é algo misturado com magia.