Era a desgraça em pessoa, não fazia... Giulia Staar
Era a desgraça em pessoa, não fazia meu tipo, não me agradava, nem ao menos me fez dar uma risada alguma vez. Era o tipo de pessoa que com muita auto-confiança e esforço conseguia-se ignorar. Suas falas sempre viam acompanhadas de um singelo palavrão, suas expressões faciais sempre envolviam o maxilar trancado… Era o tipo de homem que todas as garotas queriam, o chamado “Perigo em pessoa”. Engraçado, eu nunca fui o tipo de desejar o perigo para mim. A maior parte do tempo me afastava de qualquer coisa do tipo, eu não gostava de confusão, muito menos de pessoas que atraiam-a por instinto. O fato é que depois de um tempo, quanto eu mais fugia eu mais me aproximava… Mais de suas manias entendia, mais de suas loucuras participava, mais dele eu conhecia… Nada parecia lucido quando estava ao seu lado. Por isso fugia, fugia, mas nunca a lugar algum… Corria em círculos, era um ciclo que nunca tinha fim. Ele até um dia chegou a me dizer que eu fui a unica de tantas que se importava com sua sanidade mental, bom, não era só com a dele que eu me preocupava, era com a minha também, que vinha constantemente declinando, a cada vez que ele se aproximava, a cada vez que seu cheiro se espalhava, que sua boca abria em um sorriso escondido só para mim, a cada vez que ele nada falava, apenas me observava… Eu estava ficando confusa, não entendia o que era aquilo que tínhamos, não entendia porque eu parecia estar gostando daquilo tudo que eu sempre procurei fugir. Não entendia o porque de eu ser importante para ele, o porque dele ser tão insano ao ponto de achar que sentia algo por mim. Ele nunca havia me feito sorrir, nunca havia dito que se preocupava comigo, nunca havia dito nada para mim que não viesse acompanhando de um palavrão. E por mais que eu quise-se negar, ele insistia em afirmar que havia algo, que tinhamos algo e que eu era idiota demais para perceber. Eu era o tipo que não se apaixonava, que nunca me deixava levar por nada, era a garota que tinha medo até da própria sombra, que procurou ser tudo menos a garota de alguém… Ele era impulsivo, explosivo, indiferente, a desgraça em pessoa. Ele exalava perigo, e bem, depois de um tempo eu parecia bem avontade com o fato de me arriscar só um pouquinho…