Mundo, muro, mundo. É escasso o... Marta cps
Mundo, muro, mundo.
É escasso o vocabulário que possa traduzir a pessoa que sou, porque vivo me transformando em outras, me camuflando, me inventando, para que de alguma forma possa me encontrar. O sorriso não consegue mostrar e a lágrima não deixa transparecer, pois ora ou outra se confundem ou se fundem numa harmonia assimétrica. Os sentimentos tornam-se fieis protetores dessa alma que busca cura. O mundo é pequeno, por isso tudo acontece nas fronteiras do meu eu, passo noites em claro, corro por entre espinhos, olhos entreabertos com o receio de ser apanhada antes de chegar ao lugar mais longe já imaginado: fora de mim. Sei que por trás dos grandes muros existem jardins com rosas selvagens, um verde esperançoso e um azul libertador. O que me dá essa certeza é a pessoa extemporânea que, pretensiosamente, me denomino.
Dois mundos,
Um que vivo e não conheço bem, o outro que se esconde atrás do meu negro olhar.
Marta CP Silva.
20/04/11