Não acredito, jamais acreditei numa... Lúcio Cardoso
Não acredito, jamais acreditei numa possibilidade de se reviver. A eternidade não existe. Ela aí está, morta, miseravelmente morta, tão morta que a seu respeito não é possível pensar nada, senão que é lixo, um monte de coisa a que se dá com o pé, como esterco de bicho. Isto, Deus, é o que somos? Tua efígie, como ensinam que representamos, é um disfarce do podre? Somos esta hora marcada, este medo de derreter e não ser nada? Ah, é injusto. Não há piedade, e, sem piedade, como imaginar Deus, o poder de Deus, o respeito de Deus?