E.F.F. E eu me lembrei daquela noite... Ingryd Jhoenny

E.F.F.

E eu me lembrei daquela noite barulhenta, daquela felicidade sem tamanho em tocar tua mão, era noite de carnaval e parecia que o carnaval estava dentro de mim. Meu coração pulava e dançava e tinha a certeza de que estava fazendo a escolha certa. Em meio a cachos eu encontrava perdidamente restos de maizena e era tão engraçado! E eu com aqueles cabelos encaracolados amarrados com um broche. Mas eu te achava lindo e você também me achava. Por que lindeza vem de dentro, vem do mais puro sentimento, vem daquele brilho inocente do olhar... e hoje amais de cinco anos me veio esse mesmo brilho, aquele mesmo sorriso infantil de menina de 13 anos, só que com uma sútil diferença, eu tenho 19, e você não tem mais aqueles cachos de maizena, tem a careca de soldado e a vida passou tão rápida, tão inesperada e de forma turbulenta e sem pena. Hoje eu senti aquela mesma felicidade só que ela durou pouco, durou algumas horas, alguns momentos, mas o bom é saber que aquela menina ainda vive em mim e não uma mulher angustiada cheia de problemas.

Aquela voz doce e sem graça que eu custumava ouvir já é uma voz roca e grossa e não é mais sem graça, é uma voz fria e amarga que disconheço de motivos. Tanto tempo e o mesmo sentimento desperdiçado. E mais uma vez a vida jogou suas cartas e como todo jogo, eu não sei jogar e perdi, mas ganhei a certeza daquele sorriso que vou levar até o fim dos meus dias.