Pôr do sol É... Imaginei somar uma... Leivânio Rodrigues
Pôr do sol
É... Imaginei somar uma aventura, sem identidade, sem saber o que teria por trás de uma voz que diz tanto sem saber o que diz, a qual fala sem falar nada.
A inconstância que se apresenta antes de sua voz sufoca, não há glória alguma para quem não sabe sentir a fundo o que é dito.
A cada chamada sem intenção, o prazer de abrir um baú que não é meu, e a cada encontro, se entregar ao que não se sabe.
Particularmente eu gosto do desconhecido, porque conhecer demanda mais que intimidade, requer gasto de energia libidinal, por isso, se for pra conhecer que seja como uma criança nos primeiros anos de vida, que busca vivenciar o mundo pelo tocar dos lábios, pois por as mãos não basta, precisa-se sentir taticamente, sensorialmente, ter acesso ao encoberto, modelar a forma com a língua, degustar cada pedaço como uma nutrição única.
O não saber é o que enche meus olhos, sentir e sentir como um animal voraz, não há razão, é o que traz do fundo aquilo que não era simples pra mim, na verdade, é que nunca foi fácil mesmo.
Busquei palavras pra preencher algo que não tem fundo ou não quis ter contado algum, porque lá estava eu. Antes de tudo, tirei a roupa para que desse a segurança para ti te despir. A minha nudez é minha emoção, e diante a nós, a dualidade de quem não teme nada.
Confesso que a convicção que se mostra, me traz o caos, pois o trânsito ainda está em pico pra mim, ainda não sei cortar pela transversal.
Mas houve um lugar, um lugar o qual bati algumas vezes, no entanto, a porta não abriu... Ninguém atendeu! Fez frio, me veio na cabeça uma musica que sempre toca na mente quando existe o real sabor do desamparado.
Recuei como alguém que chega tarde demais no aeroporto e toma ciência que o vôo já partiu... Lamentei, mas afigurei estar sentado ao lado apreciando também o pôr do sol e genuinamente poder sonhar, olhando aquela paisagem de que como se vive, não se descreve, porque não há fim... E eu estava lá, pois a sua ausência me trouxe aqui.
Sobretudo, a desculpa por toda a verborragia má empregada me põe a questionar o que de fato tenhamos vivido, pois desde que viera conhecer, nunca viera a pensar em nada, só sentir... E deu saudade, algo mudou, alguns móveis troquei de lugar. É... Estava me refugiando no passado, tomando como única certeza minha vida pregressa, mas de um jeito qualquer, estou aqui!
No momento tenho consciência que esta história não é a melhor opção, mas já existe um tempo que venho contando a mim mesmo a estória de sempre, que sou feliz por está fixado nas fartas colheitas do passado. E sem esperar um futuro certo, encontrei um motivo para tentar outra coisa ou quem sabe tentar tudo outra vez.