Cheguei a uma clara conclusão: eu não... Alice Andrade
Cheguei a uma clara conclusão: eu não consigo nem pensar em fazer algo que te magoe. Meu único desejo é ver-te feliz. Eu me esforço tanto para te deixar bem, que essa obsessão dá-me o falso sentimento de que minhas atitudes egocêntricas foram erradicadas e me tornei uma Madre Teresa de Calcutá. Quando te vejo cheia de papeladas, tenho um grande desejo de absorver os seus problemas para mim e resolvê-los até que eles não mais te sobrecarreguem. Mas o que me faz crer que você também está comprometida em suprir minhas necessidades, e que não fará nada para me magoar? E quem disse que preciso de algo em troca por te fazer sorrir? Realmente, esse modo de pensar é uma utopia. Não é que sejamos hipócritas sobre o que pensamos e sentimos, mas é algo comigo, admito que preciso de um tratamento ou qualquer dia desses morrerei de ciúmes da mosca que passar voando do teu lado. Tem dias que anseio por estar junto a ti e pergunto-me se enlouqueci, mas passar um tempo com você é como estar na antecâmara do céu, e muitas vezes sinto como se nossos corações batessem no mesmo compasso... Acho realmente lindo esse pensamento. Você tem a capacidade de me irritar e com apenas um olhar me fazer esquecer o que acaba de se passar, logo sinto que consigo irritar-te também com algumas palavras duras e julgamentos críticos. Quer concordemos, quer não, mas fomos lançadas a uma órbita emocional diferente de tudo que porventura experimentamos, afinal, onde já vimos uma amizade tão linda entre uma adulta disciplinada, consciente, organizada, reflexiva e cuidadosa por natureza e uma adolescente que é totalmente o seu inverso? Por você eu fujo completamente da minha razão, me levo a fazer e dizer coisas que nunca faria ou diria, em momentos de sobriedade. De fato, mereço que devolva-me e permita que eu ponha meus pés no chão, não posso ficar d’baixo das suas asas de anjo por mais tempo. O amor que sinto por ti é lindo, racional, volitivo, é o tipo de amor para o qual os sábios nos conclamam.