Todos nós temos um certo orgulho dos... Edna Goetten

Todos nós temos um certo orgulho dos feitos que já alcançamos. Todos nós ou serei só eu? Acredito que todos nós!
Eventualmente, damos por nós a utilizar exemplos do que já fizemos para justificar quem somos: “ Eu antigamente corria 2 horas sem grande esforço”; “Eu já fui um grande jogador de futebol”; “Eu fazia…”; “Eu era…”; “Eu alcancei…”. Mas será esse tipo de coisas que definem quem nós somos?

É claro que o passado pode servir de base para muitas coisas. Temos que saber de onde viemos, para saber onde estamos, e para onde vamos. No entanto não devemos ficar presos a isso. Devemos colocar as coisas no seu devido lugar, e o lugar do passado é…no passado.

Não há nada no nosso passado que possamos conquistar. O que está feito está feito, o que já foi já foi. Podemos aprender com o que está feito e já se foi, ou “viver” o que já passou. Quantas pessoas “vivem” o passado, e esquecem-se que o amanha depende das decisões que tomam hoje muito mais do que das decisões que tomaram ontem? Airton Senna disse: "Não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos sempre recomeçar e fazer um novo final.” (Adoro esta sua frase!). Não há nada, nada mesmo, no nosso passado que possamos conquistar…

Cada vez mais ouvimos que o tempo é o bem mais valioso que existe. É a única coisa no Mundo que não podemos recuperar, que uma vez passado nunca mais podemos ter de volta. Então porque que insistimos em fazer uma corrida contra algo que sabemos de antemão que nunca poderemos vencer??
Uma corrida contra o tempo é uma absoluta perca de…tempo! Engraçado, não é!? Chega a ser uma contradição entre aquilo que dizemos e o que realmente fazemos. Mas já é normal para a maioria do ser humano dizer aquilo que não se aplica na vida dele.
Perdemos uma grande parte da nossa vida à procura de motivação no passado. NÃO HÁ NADA NO NOSSO PASSADO QUE POSSAMOS CONQUISTAR. Já nos perguntamos porque que não encontramos motivação no nosso futuro? É bom tirar uns minutos para pensar nisto. Quais são os nossos objectivos? Eles estão baseados naquilo que já fomos, ou naquilo que queremos ser? Qual o nosso propósito de vida? Robin Sharma escreve em um dos seus livros que “o verdadeiro propósito da Vida é viver uma Vida com propósito”. Se encontrarmos, desbloqueamos as estradas que nos levam ao nosso melhor, mas para isso precisamos de parar de perder tempo em estradas que já caminhamos e que só nos levam onde já estamos.


O Apostolo Paulo diz na sua carta à igreja de Filipenses:
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo…” (Fp. 3.14-15).
Lindo! O que vemos de diferente nesta pessoa? Paulo foi homem, como nós somos, falho como nós somos, e mutável, como nós somos também. Mas há algo diferente. A sua motivação!
A motivação de Paulo não estava voltada para manter aquilo que teve ou aquilo que era. Ele esqueceu-se, ou por outras palavras, abdicou das coisas que estavam para trás por um propósito maior que estava diante dele, e prosseguiu para o alvo, para o seu propósito.
Paulo tinha o seu propósito bem definido. Qual é o nosso propósito? Que tipo de pessoa gostaríamos de ser? O que queremos fazer? Quais os nossos objetivos profissionais? E pessoais? Vamos parar, e reflectir sobre isto o tempo que for preciso. Há perguntas que não merecem ficar sem resposta.

“Se não sabemos para onde estamos a ir, todos os caminhos nos levarão a lugar nenhum” – Henry Kissinger

Mudar quem somos não é fácil. Uma coisa é certa: nunca vamos ser a 100% aquilo que desejamos ser. Só as pessoas conformadas com a vida são 100% realizadas, mas essas pessoas só se estão a boicotar a elas próprias. Mas devemos sempre procurar crescer. Devemos sempre procurar ter mais valor, para que possamos dessa forma acrescentar valor aos outros e ao Mundo.
O nosso valor não está em não cair, mas sim na nossa capacidade de levantar. Não está em não falhar, mas na nossa capacidade de tentar. O nosso valor…aqui está uma óptima descrição:

“APRENDEMOS QUE O NOSSO VALOR NÃO ESTÁ BASEADO NAQUILO QUE FIZEMOS, PORQUE VALEMOS INFINITAMENTE MAIS DO QUE PODERIAMOS EM TEMPO ALGUM REALIZAR.”