E aí eu me dei conta que eu não ia... Mariana Rodrigues

E aí eu me dei conta que eu não ia esquecer você com outro, por mais perfeito e lindo e romântico e fofo e compreensivo que esse outro fosse, ajuda claro, mas não tira, e a pior coisa é estar com alguém pra esquecer outro, por comodismo, por falta de oportunidade da vida. Depois de anos percebi que já não existia mais amor entre a gente, existia costume, afeto, medo de deixar ir, ir de vez tudo o que você planejou pra sua vida, tudo que sonhou, e saber que daquela vez não volta, mais caramba se não te faz mais tão bem, se não te completa, te transborda, te faz rir, te acolhe, deixa ir, deixa ir que é melhor ter uma historia bonita pra contar, é bom lembrar gostoso com um sorriso no rosto que entrega como foi boa aquela sua historia, mas chegou ao fim, aquele ciclo acabou, o amor que existia não precisa existir pra sempre, é a vida, amor é amor até deixar de ser e fim, como tudo acaba, e por mais que partidas sejam tristes, chegadas são tão especiais, e como você vai chegar na largada se não sair do fim? Despedi-me com um adeus, verdadeiro agora, um adeus que não queria dizer “a Deus entrego nós” e sim um “a Deus entrego você”, para que você realmente vá e seja feliz e eu também. Me vesti de amor e fui viver, sem a angustia que era gostar de você, e desgostar, a angustia que você plantou dentro de mim, fui viver sem pesos, sem paranoias, me vesti de amor e imaginei outra vida pra mim, sem você, melhor, só, ou com alguém que me tire um sorriso do nada, alguém que me deixe boba e leve e solta, fui viver por que meu mundo parou de girar em torno do seu, em torno daquela historia, passou a ser meu mundo, onde eu sei que existe milhões de coisas a se fazer ainda, e eu vou fazer, vou errar, vou pisar feio na bola, vou acertar, vou chorar e rir milhões de vezes mais, por que sei que tudo isso é da vida, vou sentir falta do que fomos um dia sim, por que foi bom, mas querer de volta não quero mais, não me arrependo de ter feito ou deixado de fazer nada, aprendi tanto, melhorei tanto, muito disso me tornou a mulher que sou hoje, não sei se você me conhece ainda, se sabe que mulher é essa, se sou má ou se sou boa, sei que você vai lembrar dos meus dois lados vez ou outra, lembrar que foi amor até deixar de ser, vejo hoje nitidamente que sou capaz de tudo e muito mais, que levantei sempre minha cabeça, e é com ela erguida que de vez assino o final da nossa historia, sem prolongamentos, sem final triste ou feliz, historia com ressaltes de coisas boas, e desbotamento de coisas ruins, assino o final de uma grande parte de nossas vidas, por que a nossa trilha já parou de se cruzar. Assinado, carimbado, e revisado!