Ao Deus nossa união, todas as divinas... Léo Aprígio
Ao Deus nossa união, todas as divinas bênçãos.
Adeus suas rugas, sua marcha fúnebre, seu jeito ilógico de trazer-me o silêncio quando o SIM é bem maior e precioso ao coração.
E o NÃO deixar de ser tão embaraçoso ou menos impotente. Seja então!
E se eu resolver seu faz de conta?
E seu resolver os problemas?
E se eu disser somente aquilo que queres ouvir.
Assumo o risco, assumo o compromisso também de quem sabe um dia ouvir bem mais do que ainda nem podes falar.
E se você desfilar em uma de minhas mil alegorias.
E se eu te puser de volta ao paraíso e lá não houver serpente e nem maçãs?
E se eu resolver carregar com você suas dores,
E se eu resolver carregar suas dúvidas, suas desarrazoadas mágoas.
E se eu simplificar tudo e puser você em meus braços, te carregar por um bom período por entre meu colo até reanimar e reorganizar-se.
Assim, se necessário for acertemos, aceitemos juntos que o impossível é o nosso melhor alvo.
E se eu te chamar para um pique-esconde por entre meus lençóis?
E se eu sumir com os ponteiros de seu relógio, sabotar com belos rabiscos seus compromissos.
E se eu derramar chocolate em seu corpo, flores por entre os tenebrosos espinhos...
E se eu fingir que nada sei, se eu sumir de vez com todas as suas regras, com todos os meus códigos, com todos os recursos sofisticados.
E se eu te convidar para juntos ser feliz?
E se eu queimar seus melindres e manuais de boa postura?
E se aumentarmos a fogueira, pusermos juntos as minhas e as suas dúvidas, minhas e suas loucuras, minhas e suas besteiras. Minha e sua imagem à beira de alguma fogueira, a espantar vazios e fazer iluminar, aquecer.
E se eu persistir sempre mais, se eu mudar a roupa, colocar novas fragrâncias e descobrir milhões de acasos para nos unir.
E se eu costurar minha sombra a sua e se nada disso der certo, redefino a melhor técnica, redescubro novos versos.
Há sempre infinitas chances para se tentar ser feliz, duvida?