Então vem e me derruba, e me detem, e... Srta Gobeth.
Então vem e me derruba, e me detem, e me ultrapassa, e me destrói, e me refaz, e me experimenta, e me recompõe, e me entorpece, e me ame, e me odeie... Quantas vezes quiser. Porque eu sou esse monte de experimentos malucos que foi gerado por uma causa ainda não descoberta. E meu caminho é esse mesmo, torto e vazio... Como um gole de um café amargo. Noites de sexta feira nostalgicas. Uma solidão em uma casa enorme. Um passeio sozinho no parque. Um trago num cigarro profundo... Sentindo as bordas de seu pulmão se encherem do que parece mais ser a sua morte prolongada. E machuca... E chora... E chora tanto, que não se sabe chorar mais. E dói tanto, que de doer, já não dói mais... E você se torna aquilo feito de pedra, que parece ser tão forte... Mas é só vim de novo aquelas centenas de escavadeiras, que se desmonta em um monte de peças caidas... E carrega aquele coração feito de porcelana. O bem mais valioso do mundo, que já está tão coberto por reparos, que nem se pode bater mais. Mas bate. Pra que, em cada batida, se lembre do quão foi errado embarcar de novo na mesma viagem que o destruiu a pouco tempo.
Eu sou assim mesmo. Essa espécie de metamorfose dramática, que clama por algum tipo de socorro, sem nem se dar ao luxo de ser forte e superar...
Ah... Se eu pudesse sair desse corpo, e ver aquele ser deitado na cama. Gritando... Porque chorar só não resolve. Eu iria abraça-lo com tanta delicadeza. E trazer junto a mim seu rosto... Até que amenizasse. Depois eu diria o quanto o dia lá fora pode ser lindo se houver uma luta intensa, contra essa imensidão de mágoa que o cobre.
Ah... Se eu pudesse fazer o mundo inteiro entender... Que todas as vezes que aquele ser errou, foi tentando acertar... E caiu de novo. Sem nenhum perdão, sem nenhuma piedade... Caiu e irá continuar ali. Até que alguém - especial - venha conseguir tirar essa capa suja... Que está cobrindo, há tanto tempo, a melhor parte de mim.