ESTORINHAS COM GASPAR... - Preciso dizer... Srta Gobeth.

ESTORINHAS COM GASPAR...

- Preciso dizer algo?

- Não.

- Eu estou com tanta vergonha... De todos.

- De mim.

- De você... Da vida. De todos que me cercam.

- Mais de mim.

- De você, porque deixei de acreditar...

- Então por que escreves?

- Não sei. Se verem isso irão rir de mim. Porque tudo que eu fiz esse tempo todo foi inventar...

- Foi?

- Não. Mas acreditam que sim.

- Você se importa?

- Sim.

- Eu sei. Que pena.

- Gaspar... Eu só queria poder me explicar a cada uma das pessoas que se viram contra mim. Explicar... e deixar esse ódio de lado.

- Irá. Na hora certa.

- Por que me odeiam?

- Porque não te amam.

- Nunca amaram?

- Há tantas definições do que seja o amor...

- Eu não consigo odiar.

- Eu sei.

- Eu deveria.

- Não... Isso mudaria a pessoa que você é.

- Eu devo ser um monstro. Porque o que me restou foi... nada.

- Você tem a mim, e podem achar loucura e rirem disso, não deve se importar. Uma pessoa que não tem fé é menos do que alguém que você precisa na sua vida.

- Queria conseguir dormir...

- Dorme, eu te cuido.

- Queria ouvir sua voz...

- Fecha os olhos, acredita com todo o coração. Os sonhos podem se tornar realidade.

- Não importa quantos anos eu terei, você será sempre o meu herói.

- E você, o meu pequeno.

- Te amo.

- Profundamente.

- Hoje vou levantar, Gaspar. E sei que a força que terei em tomar uma chicara de café, será seus braços - inexistentes - me guiando.

- Foi e será... todas as vezes!