Tristeza e aflição são coisas às... Martin Lloyd-Jones
Tristeza e aflição são coisas às quais o cristão está sujeito, e estou pronto a defender o argumento que a ausência de um sentimento de tristeza no cristão em certas circunstâncias não é uma recomendação para a fé cristã. Não é natural, não vem do Novo Testamento, e é uma característica produzida mais pelo estoicismo, ou um estado psicológico produzido por certas seitas, do que pelo cristianismo. Não há nada mais instrutivo ou encorajador, ao ler as Escrituras, do que observar que os santos de Deus estão sujeitos às fraquezas humanas. Conhecem a dor e a tristeza, sabem o que é sentir solidão e desapontamento. Temos exemplos abundantes disso nas Escrituras; e o vemos na vida do apóstolo Paulo, talvez mais do que em qualquer outro. Ele estava sujeito a estas coisas, e não escondia o fato. Ele ainda era muito humano, apesar da sua extraordinária fé e das notáveis experiências que teve em sua comunhão com o Senhor. Pois bem, estas coisas podem ser encontradas ao mesmo tempo, e o cristão jamais deve considerar-se como alguém que está isento de sentimentos naturais. Ele tem algo em si que lhe permite elevar-se acima de todas essas coisas; mas a glória da vida cristã é justamente que podemos viver acima destas coisas, ainda que as sintamos. Não é uma ausência de sentimentos ou emoções. Esta é uma linha divisória de extrema importância.