Milhões de vidas e tantas em feridas,... Érwelley C. de Andrade...
Milhões de vidas e tantas em feridas,
pensamentos evazados, sentimentos acuados.
Mentes brilhante, ações horripilantes,
dentes travados, olhos lavados.
O que sou eu? O que é você?
Nascidos para a morte,
vivendo sentido, torcendo pela sorte.
Ao criar são inabaláveis, pouco pensam ser findados,
Vozes oprimidas de um som repetitivo,
de uma dor indivisível, que repete o infinito.
Dos seres mais doentios, das faces mais sombrias,
das mentiras mais convincentes, da verdade mal vivida.
Uma a uma diferente, passo a passo tanta gente,
se o calor ainda existe, porque ainda viver triste?
Não convém que queira mal, que revides tanta orgia,
Se me marca cicatriz, quem me faz então feliz?
A alegria é chorar? A verdade é matar e plantar a agonia?
Ao nascer vem o sorriso, de uma luz, do amamentar.
Logo ao longe vem a morte, espalhada pelo belo,
cresce forma o ser viril, decide então vidas tirar.
Move a farsa então humana, que oprime todo zelo.
Raízes secas, mal semeadas, olhos secos, destinos marcados,
pensam ser deuses, não passam de seres, designados,
migalhas espalhadas, sujando a terra ao invés de replantar.
As horas passam e muitos riem almejando o valor,
roubam, matam, mentem, enganam, sem um pingo de temor.
A cegueira contagia, com montagens e orgias,
veem a noite, dorme o dia.
Os moinhos movem lentamente, a morte é banalizada,
os cravos, são remetidos dentro de papel de cartas,
quem recebe apenas descarta, não lê, não faz nada.
Os seus demônios estão a solta, acorrente-os,
salve-se, não os ouça, não durma, mate-os.