A conversa prosseguiu E eu omiti tudo... Arcise Câmara
A conversa prosseguiu
E eu omiti tudo que estava sentindo, eu sei que não fui honesta mas pra quê ser sincera se isso só causa mais discórdia. Eu sabia o que realmente ele queria ouvir, resolvi poupá-lo além de poupar a mim mesma. Chega uma hora que não dar para discutir a relação, o outro nem tem uma unha de vontade em te entender, de tentar ao menos compreender, de enxergar o seu ponto de vista.
Os trechos mais comprometedores e raivosos de uma discussão que viria eu apaguei da memória e relevei, relevei mais por mim mesma confesso! Relevei por medo de me decepcionar ainda mais, por estranheza falta de vontade de surtar por coisas que tanto me magoavam.
A bendita memória que é muito boa por sinal, fica latente igual pisca-pisca em períodos natalinos, lembrando o que não é para esquecer, que você se apaixonou por alguém com aqueles defeitos pequenos e irreconciliáveis, não porque é o fim do mundo, mas sim porque só você deve mudar e ceder, sempre você!
O besouro da curiosidade me picou e não vou desistir de tentar entender o porque, pelo menos comigo os homens só dão valor quando me perdem por completo.
Nada é mais sem sentido do que ser valorizada e amada no tempo errado, no tempo em que o coração não bate mais forte, a emoção se transformou em indiferença e você descobriu que consegue ser feliz e muito feliz sozinha.
Fiz papel de tola inúmeras vezes, já perdi as contas de tantas preocupações com o passado, o presente e o futuro, me enclausurei e me limitei a observar meu mundo, meu ego, meu eu e o meu umbigo e lutar para que eu consiga ser feliz por mim mesma a fim de não colocar esse dever na mão do outro.