Eu estava me esforçando para manter a... Arcise Câmara

Eu estava me esforçando para manter a compostura

Respirava fundo, contava até 10, içava pensamentos positivos, respirava física e mentalmente, tudo porque odeio gente rindo aos cochichos, odeio piadinhas sem graça com a vida alheia, isso me tira do sério.
E adivinhem, estavam falando de mim, da minha vida, dos meus afetos, das minhas escolhas, do meu coração, estavam dizendo que eu o amava, que eu o admirava, que ele me fazia acreditar, que ele era a pessoa de quem precisava. Ele a quem confiei toda a vida adulta, todas as expectativas.
Mas porque essas palavras me feriram? Porque essa fofocaiada me atingia? Porque eu queria escutar mais, saber mais, tentar entender, porque queria saber a verdade delas?
Ri, uma gargalhada alta, mas sem alegria. Uma gargalhada íntima que me fez refletir o quanto as pessoas acham que te conhecem, o quanto elas acham que sabem da tua vida só porque você escreve um blog, só porque compartilha fotos, poesias, pensamentos ou porque você está “infeliz” sozinha, mesmo que por livre e espontânea vontade, só porque na cabeça de muitos não há felicidade sem um par.