A verdade Às vezes, quando estou... Barbara Fuganti

A verdade
Às vezes, quando estou seguindo por meu túnel escuro, vejo ao fundo um feixe ínfimo de luz...
Confesso que isso me assusta mais que a própria escuridão.
A luz é boa, ajuda e conforta, mas algumas vezes ela ilude, dissuade e aprisiona.
Já me habituei a seguir em frente com a certeza que o desconhecido é real, que o destino é austero e que nada esperar é sinônimo de menos sofrer.
Tenho convicção de que a decepção dói mais que a desesperança.
O fantástico repentino é delicioso de ser sentido, já o desapontamento dilacera não só o sonho, mas também o sonhador.
Acredito em dias melhores, mas não me detenho à espera deles. Se for pra acontecer, acontecera, caso o melhor no caminho conseguir me alcançar.
É por estas e outras que sou pé no chão demais pra me iludir com possibilidades abstratas.
Pessimista?
De jeito nenhum, sou realista, me visto com a capa do cotidiano, calço os pés com a possibilidade de que tudo pode não acabar tão bem, mas a fé de que aconteça o que acontecer eu irei continuar, e por fim protejo-me com o chapéu do tudo passa, porque tudo passa nesta vida. Inclusive a vida.
Assim vivo o dia a dia. E deixando a hipocrisia para os hipócritas, vivo feliz, feliz comigo, por ser quem consegui me tornar, sabendo que um dia eu chego lá.