O vício dele era tênis, o meu era... Carolline Vieira
O vício dele era tênis, o meu era vê-lo de novo. Não sabia o que falar, como agir, sem parecer uma louca. A minha vontade era de gritar: “já não acha que tá na hora de me chamar pra sair mais uma vez não?”, mas era óbvio que era apenas uma vontade. Aprendi que mulher não pode descer do salto e nem estar muito à disposição. Não é questão de orgulho ou de ser mimada, é de saber como se portar. Mulher direta demais assusta num primeiro momento, já tô sabendo. E com um desses, não podia arriscar, não estava ali pra perder. Enfim, já deu pra entender meu drama. Quem nunca passou por uma situação parecida que atire a primeira pedra. A verdade é que eu queria te mostrar o quanto eu posso ser mais legal que sua ex noiva ou ex namorada. O quanto eu tenho a oferecer, mesmo sabendo passar vergonha como ninguém num segundo encontro. E também queria te falar o quanto você é uma graça cantando, assim meio tímido, e ao mesmo tempo super à vontade com o que tá fazendo. Queria te olhar nos olhos e dizer como acho incrível o jeito que você sorri ao comentar das situações engraçadas que passou há pouco tempo. Eu queria te colocar num potinho e levar pra minha casa. É sério. Minhas amigas morrem de rir quando comento sobre isso, mas não tem como. Parece até de mentirinha. Quem me vê agora e me via há alguns dias atrás, nem acredita no que tá vendo. Logo eu, que não dei nada quando te vi pela primeira vez, que praticamente ignorei o fato de você estar ali e encarei como mais um querendo me conhecer numa dessas noites vazias da vida. Até pouco tempo era totalmente indiferente pra mim, e agora estou aqui como a boba da história sem saber o que fazer. Nunca dei nada por esse encontro, mas acho que ele ofereceu tudo que eu precisava e não esperava de alguém. Se a intenção era essa, tá de parabéns. Surpreendeu.