E as estrelas um dia te contarão das... Thiago Tenório
E as estrelas um dia te contarão das minhas súplicas noturnas, que o vento levava para bem longe. E talvez você possa minimamente sentir o que eu esperei pra te dar. Mas o que você não sabe é das coisas que as estrelas não viram, das vezes que segurei a lágrima e as engolir tentando transparecer forte. Isso só eu sei.
Na primavera saía apanhando flores, e escolhendo as mais bonitas que pudesse um dia te dar. Guardava-as em um livro escondido bem debaixo de minha cama, esperando um dia te entregar.
Elas murchavam, e todos os domingos à tarde eu precisava sair à busca de outras. Era assim, tolamente, que entres dias sonhava a beira de um colapso de emoção, sem ao menos te ver, sem poder te ter.
Não fui à luta, admito. Mas nunca deixei de sonhar, de pensar e imaginar coisas que só o acaso é capaz de compreender. A eternidade era a minha esperança, pois o tempo não me correspondia, eu poderia transformar tudo em mais um sonho frustrado, mas era como se eu sofresse de uma doença psicológica sem cura, de um amor que não era amor.
Os dias, as estações, os anos; o tempo é a tangente mais perfeita que Deus pode contornar em nossas vidas. Como chuva em verão, assim, do nada, acordei livre de qualquer sentimento que abominasse minha alma, que me causasse a lassidão de viver. Eu não mais te amava.
Não, não tinha virado um despossuído de coração, mas um grande amante de mim mesmo. Passei a entender que antes de tudo eu sou o primeiro e que para amar alguém eu tinha que me amar.
- Um ego de amor -