Sorriso do Sol Enfeitiça-me, leva-me... David Eliom
Sorriso do Sol
Enfeitiça-me, leva-me contigo.
Lança-me ao infinito verde que me faz ver.
Encanta-me e diga-me: Tu és meu prisioneiro.
Encarcera-me na masmorra que te mantém em vida.
Visita-me, aguardo-te sem fechar as janelas d’ alma.
Abraça-me aqui chegando, toda visita ao coração é curta!
Depois prenda-me novamente em vossos rosados lábios.
Quando fores, gritar-te-ei feito louco, como fizera um louco às margens do Ipiranga.
Aguardar-te-ei o retorno independente de morte.
Contemplando em minhas memórias teu sorriso lindo.
A décima nona aponta-me o momento de ver-te novamente.
Existirei um dia mais! Eu Sou a sombra tu és minha Luz.
Brilhe incandescente traga-me a vida.
Deixe-me sentir teu perfume de Saron.
Véu natural, permita-me tocar-te os fios de ouro.
Inclino-me de rosto nas flores que encobrem teus pés.
Pedindo-te que me envolva em tua beleza.
Criação dos deuses, onde está vossa imperfeição?
Escondestes no abismo inacessível?
Ou jogastes para fora de si criando-me?
É chegada a vigésima segunda hora, tu tens que ir!
Voltar-me-ei à costumeira inexistência.
Não gritarei como outrora as margens plácidas.
O herói sábio também silencia...
Mas não se deita eternamente em berço esplendido.
Amanhã espero-te sorriso do sol,
Enquanto isso orbito em torno de ti.