Não eu não me iludo fácil, posso... Kamylla Cavalcanti
Não eu não me iludo fácil, posso parecer boba, ingênua mas todas as vezes que sofri ou me magoei por causa de alguém não foi inocentemente, no fundo eu sabia, bem lá no fundo eu tinha noção da onde eu tava me metendo. Não sou de fantasiar,
não construo castelos pra abrigar ninguém em mim, eu construo pontes, elos que unem, mas elos que são frágeis, fadados a se romperem, afinal o que há de certo nas relações que temos além de que um dia terão fim? O motivo? Ninguém sabe mas o fim esse sim todo mundo por mais puro e casto que seja sabe que terá, e eu me enquadro nisso também. Tantas vezes perdi meu tempo culpando sicrano, beltrano pela minha dor, mania tosca essa de quem sofre, arrumar um culpado, um réu pra vê se alivia, melhora, mas quem participou da vida mais do que aplaudiu sabe que nossas dores são frutos nossos que a semente muitas vezes não somos nós que plantamos, mas seu crescimento somos nós que permitimos. Sei que nem todas as minhas dores terão cura, e sei mais ainda que a cura não vem quando eu responsabilizo alguém por elas, a cura vem quando tem que vir, quando o tempo passa e a gente nem percebe que sente mais, quando a gente olha pra aquela pessoa que te arrancou lágrimas intermináveis e se senti a vontade e livre pra desejar um bom dia, um feliz natal, pra desejar felicidade. Você foi assim, passou por mim e hoje depois de ter sentido tudo que alguém pode sentir por outra pessoa: amor, raiva, rancor, tristeza, carinho, hoje consigo lembrar de você e rir, rir das suas piadas tão fora de hora, rir das suas infantilidades sem limites, rir do seu passado mal resolvido e rir de mim, da minha besteira em pensar que um dia essa dor não iria passar, que um dia nossa história não ia passar, que um dia inevitavelmente do teu perfume eu não iria mais lembrar.