De uma coisa ele tinha certeza, que... Diogo Pedro
De uma coisa ele tinha certeza, que quando escrevia algo era pra se livrar do medo de altura, era pra voar.
As asas que a vida não dava. Os pensamentos que não conseguia virarem atitudes. Viravam apenas palavras.
Não seria fácil entender. Não seria fácil aceitar. Escritores vê seus sonhos se perderem em palavras e as lançam para as letras com a esperança de que alguém viva ou que transformem suas palavras em realidade como algo que ele mesmo não conseguiu fazer. De outra coisa ele tinha certeza, que nunca deixaria de ler seus próprios textos.
Quando a conheceu começou a escrever com mais frequência. Teria aumentando seus sonhos? Teria virado impossível os mesmos?
A capacidade de se perde no passado era maior. Seus textos diziam de distancia, de saudade. Diziam os que muitos tem medo de ouvir. As vezes diziam do passado. As vezes do presente. Seu medo era de escrever, seu medo era de sentir, mas nunca seu medo foi de procurar viver os fatos como reais. Me lembro quando o li pela primeira vez, senti vontade de ir e ficar, senti vontade de apenas ficar ao seu lado.
Ainda me lembro do pequeno trecho:
" Ao acorda, eu poderia ter pensando em outras coisas, em muitas outras coisas ... o cachorro que não me deixou dormi, na prova de amanhã, a louça pra lavar, o dinheiro do fim do mês que acabou, na saudade de casa, o medo do dia ser ruim, na bateria da câmera descarregada, no celular que não ouvi tocar o despertador ou apenas em que horas são. Ao levantar, o vento bate gelado em minha nuca, teria eu deixado a janela aberta? Procurei o chinelo para calçar os pés e me deparei com o chão gelado, onde estava os malditos chinelos? Deitei na cama de bruços e o procurei debaixo da cama,e o achei no escuro.
Mas antes disso tudo, antes mesmo de meus olhos abrir. Abracei o travesseiro e pensei em você.
Não seria um dia diferente dos outros, não seria uma manhã de surpresas. Inseto que em seguida pensei em mim.
Se o vento me incomodo de manhã, foi porque eu esqueci a janela aberta. Só pensei nisso. O dia começa assim, sozinho, como todos os dias. Vontade do bom dia da minha mãe ou da cara do meu pai dizendo: Acorda! Ou até mesmo gritando. Passaria eu o dia com pessoas que amo, passaria eu o dia sozinho,Com um só objetivo. Terminar minha faculdade. Tudo era tão chato, como também era cheio de remendos. Era a procura de amigos engraçados, era a procura de um amor, a procura de distrações que não me deixaria se perder. Tudo de uma forma ou outra colaborava para que eu não desistisse.
Ao sair de casa com meus 17 anos nunca havia pensado que aos 20 anos, seria somente minha vontade que me moveria, que me faria sair do lugar. O caminho é longo, o caminho pra viver é longo. Não temos tempo para deixar a triste pegarmos de surpresa. Alguém do nosso lado faz bem, mesmo em silêncio. Caminhar juntos é o melhor a se fazer.Escrevo, escrevo e me perco em mim. Escrevo tudo para falar de amor, sempre de amor ou de saudade ou de distancia. Fico aqui, frio lá fora, quente aqui dentro ... longe de tudo que amo... sozinho."